As manhãs são uma corrida.
Acordar cedo, muito cedo, sempre com a sensação de ser cedo demais. Despachar-me, acordá-los, vesti-los, preparar o pequeno-almoço, ajudá-los a lavar dentes, cara, a pentear-se, a vestirem os casacos, levar mochilas e lancheiras para o carro, deixar cada um deles nas respetivas escolas, e finalmente, com um cansaço que já podia ser o do final do dia, encaminhar-me para um dia inteiro de trabalho.
Hoje, já com esta etapa quase cumprida, e assim que volto a entrar no carro depois de deixar o Francisco na escola, o Afonso pergunta-me:
- Mãe, qué bebê café?
Pára tudo!
Sim, apetecia-me mesmo ir tomar café, sossegada, sem corridas e com ele, e pelos vistos a ele também lhe apetecia. Derreti. O meu pequenito, do alto dos seus 3 aninhos, está a convidar-me para tomar café com ele. Não me lembro de qualquer outro convite para tomar café que me tenha deixado mais feliz. Perguntei:
- Afonso, queres ir beber café com a mãe?
Afonso: - Bebê não, mãe! Só vê tu bebê.
(Para o caso de eu não ter percebido que:
1 - As crianças não bebem café;
2 - Ele só quer a minha companhia.)
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