Dia de Mães

20.7.13
Vejo muitas mães a viver angustiadas com o difícil equilíbrio entre exigentes trabalhos e os seus afazeres de mãe.

Em muitas empresas, ser mãe é ser olhada de lado, é perder a promoção porque já não há disponibilidade para estar na empresa a qualquer hora do dia e em qualquer circunstância.

É quando se é mãe que se deixa de ser "homem profissional". Como se em muitos contextos só nos fosse permitido progredir e chegar a lugares de topo, não porque nos valorizem enquanto mulheres, mas porque se esqueceram que somos mulheres.

Quando somos mães, já não dá para esquecer.

Vejo mulheres aflitas, a esconder a gravidez até à renovação do próximo contrato, até à próxima promoção, até àquela reunião importante que lhe foi atribuída com o cliente.

As coisas não se podem misturar. As toalhitas de bebé que trazemos na mala, limpam nódoas de baba, de mão sujas, de sapatos que quando ao colo chegam a todo o lado, numa tentativa inglória de eliminar todos os vestígios e não deixar manchar a nossa integridade profissional.

Uma angústia permanente.

Por isso fico tão encantada com mães que se deixam ser quem são, com os seus filhos, com os seus trabalhos, com a sua vida, que não sendo muitas vezes fácil, é plena.

Felizmente, já começo a ver estas mães aparecerem um bocadinho mais todos os dias, e hoje, para além destas mães anónimas, vi a Rititi, força da natureza, furacão de genica, apresentar o seu livro com o filhote ao colo




a Isabel Saldanha, que consegue como ninguém dar-nos conta da sua vida una e tão multifacetada, intensa e com tantas tonalidades, por palavras fortíssimas, como a vida e como as imagens que colhe dela, com as suas filhas e tudo o que isso acarreta




e a Catarina, que apresentou o seu livro com o filho ao colo e a amamentar, e que eu já vi noutras situações estar com os filhos e para eles, com uma serenidade tão boa que contagia.



Hoje foi um dia em cheio, um dia de mães.



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