A minha primeira identidade é com o Alentejo. Eu sempre disse que é com o Alentejo que mais me identifico e antes de qualquer coisa, eu sou Alentejana.
Sou-o pelo valor das pequenas coisas, pelo respeito ao espaço e ao outro, pelo valor do tempo, pela consideração por tudo o que vemos e perdemos de vista na nossa planície. Pelo valor do trabalho e pelas nossas pessoas. Sou-o d'alma, de essência.
O Alentejo nunca irá sair de mim, eu nunca seria a mesma sem ele.
Este ano, com receio de não saber não abraçar, não estar perto, não estar com os meus, decidi não ir. Tenho muito medo de poder ser eu a levar para lá este bicho que nos proíbe as tardadas à mesa, os cafés com tempo, as deliciosas conversas demoradas, os dois dedos de conversa com todos os que encontramos pelo caminho...
Mas tem-me doído muito.
Hoje quando eu ouvia com atenção e apreensão estas notícias dos novos focos de COVID-19 em vários pontos do Alentejo, ouço o Afonso dizer:
- Mãe, posso ser Alentejano?
O meu coração tremeu de emoção e orgulho.
Perguntei porquê?
- Porque gosto muito da terra.
É um bom princípio. Vou ensinar-te que só esta terra tem esta magia e o tanto que podemos ser com ela.
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