Dia da Mulher: Mães, a Nossa Contribuição é Urgente.

9.3.17
Origem da Imagem

Nasci numa família de mulheres e nunca, em nenhum momento da minha vida, senti isso como uma fragilidade. Pelo contrário.
Somos muitas, todas donas da sua vida, umas casaram outras não, umas tiveram filhos, outras não, quase todas mulheres de carreira, mas também há as que não.
Tenho em todas as gerações, mulheres que saíram de casa cedo, sozinhas para trabalhar ou estudar longe, para fazer a sua vida. Para mim essa sempre foi a norma.
A minha avó paterna era professora primária, profissão que sempre adorou. Após o 25 de Abril de 74,  para que pudesse continuar a dar aulas, teria que fazer o então Magistério Primário, caso contrário teria que deixar de dar aulas. Na altura era casada, tinha um filho na tropa e vivia a 70 km de Évora, o Magistério Primário mais próximo. Decidiu ir (como não?), o que implicou mudar-se para Évora, vir a casa aos fins de semana onde o meu avô permaneceu, até concluir o Magistério. A minha mãe, separou-se quando ainda ninguém o fazia, fez as suas escolhas e criou-nos sozinha. A mensagem passada por palavras e ações sempre foi que ser Mulher é ser capaz, decidida, sensível e cuidadora.
Mas para tudo o que sou hoje, os meus homens também foram essenciais. O meu avô, sempre nos foi próximo, sempre o vi fazer tudo, desde bricolage a saborosos petiscos. O meu pai sempre nos levou a mim e à minha irmã a todo o lado com ele, nunca senti que houvesse sítios que eu não pudesse ir por ser menina. Sempre foram muito próximos e carinhosos. Os meus amigos, sempre me fizeram sentir igual e pertencer genuinamente ao grupo. O meu marido é meu cúmplice e não faria sentido se assim não fosse.
Hoje tenho a maior das tarefas em mãos: Tenho uma casa de homens, sou mãe de dois meninos. Senti uma inquietação crescer quando percebi que o meu primeiro filho era menino. Como é que eu vou conseguir criar um Homem? Um Homem com "H", que saiba ser cúmplice, carinhoso, tolerante, apoiar os seus, que saiba ser Homem. Para ajudar, dupliquei a tarefa quando chegou o segundo filho. E cada vez tenho mais consciência da importância desta minha missão. Temos que saber educar as meninas a saberem ser o melhor de si, a serem seguras, a confiarem em si mesmas, mas se não mudarmos a forma de educar os meninos, o mundo não pode ficar melhor.
Todas nós Mães, temos em mãos a maior das missões: Transformar o Mundo.
Força e inspiração a todas para que o possamos fazer sempre, para um mundo mais justo, mais humanizado, melhor.
Que nunca esqueçamos:
" the hand that rocks the cradle
 Is the hand that rules the world."
 by William Ross Wallace (1819-1881)
(a mão que embala o berço é a mão que governa o mundo)

Feliz Dia da Mulher.

1 comentário:

  1. Completamente de acordo.
    Diria que a missão da educação dos meninos, para serem homens com H grande, como dizes, é ainda mais fulcral que a das meninas. Porque já vamos educando as meninas para saberem que podem ser o que quiserem, mas a maioria não tem essa abordagem com os meninos e isso condiciona toda a sociedade!

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