Pacto de Cavalheiros

24.10.14
Cheguei a casa e o Francisco correu para a porta.

Estava eu ainda a livrar-me de sacos, mala, correio e afins e já ele abraçado às minha pernas pedia: - Mãe, dás-me um beijinho?

Dei, enquanto segurava a testa dele para ver se estava quente. Já é instintivo de quando há alguma coisa fora do normal com eles. 
Pareceu-me bem. 

Mas o Francisco prosseguiu:
- Estás cansada, mãe? Como foi o teu dia?

Por esta altura eu já estava a mentalmente a procurar todos os sinais de doença ou de que alguma coisa pudesse não estar bem: Olhar, temperatura, pupilas, a cor dele, a vivacidade...

Francisco: - Mãe precisas de alguma coisa? Queres que te ajude a fazer alguma coisa?

Ele parecia completamente disponível para mim e em vez de ser eu a ter que correr atrás dele, dele fugir dos abraços apertados e dos mil beijinhos que lhe quero dar, estava ali, disponível. Eu já completamente baralhada procuro o olhar do pai e encontro-o divertidíssimo a olhar para a minha perplexidade. Percebo imediatamente que alguma coisa ele sabe sobre o que se está ali a passar que eu não sei. Respondo às perguntas do Francisco e digo-lhe que estou muito feliz com esta receção.

Francisco: - Então está tudo bem, e já não precisas da minha ajuda?

Eu: - Sim, filho, está tudo bem, adorei os teus miminhos, e obrigada, mas a mãe agora não precisa de mais ajuda tua.

Francisco: - Ouviste pai, já dei beijinhos, a mãe já não precisa da minha ajuda, já podes dar-me o teu telemóvel para eu jogar?

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...