Por muitas razões, cada pessoa que escreve um, terá as suas. A minha, a principal e que resume todas as outras é porque eu não seguro o tempo, e sei disso.
A angústia de não poder agarrar com força o tempo, de forma a que ele não possa levar na sua corrida, colos, abracinhos, pedidos de beijinhos que curam tudo e gargalhadas por tudo e por nada. A urgência de querer guardar tudo, cada imagem, cada gesto ou palavra nova. A magia de estar tudo a acontecer pela primeira vez e a certeza de que o tempo corre e com ele, eles crescem muito rápido, depressa de mais.
E não o escrevo só para mim, escrevo-o para eles. Para que possam saber coisas que a memória não lhes vai devolver, para que descubram como eu vivo estes dias, como vejo cada descoberta, cada conquista deles. Para que possam ter um bocadinho dos nossos dias, noutro tempo, que não pára de correr. É que como disse, eu não seguro o tempo, e sei disso.
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