Hoje não houve esqui para mim.
No primeiro dia na estância chamei o Francisco à parte e expliquei que se ele quisesse, poderíamos oferecer-lhe um curso de esqui. Isso implicava que ele ia estar nas aulas dele enquanto os pais iriam estar na zona dos crescidos. Expliquei tudo, que podia ir um dia ou todos, mas que teríamos que decidir naquele momento. Disse-me que queria ir todos os dias. Voltei a sublinhar que eu e o pai não íamos estar perto. Disse-me que sim, que percebeu, e que queria. Fiquei apreensiva, mas convencida. E ao mesmo tempo surpreendida pelo ar crescido dos seus 4 anos. Cresceu tanto...
Fez dois dias de aulas, gostou e aprendeu, mas hoje disse-me:
- Mãe, eu hoje quero que vás ver a minha aula. Eu já aprendi muitas coisas e tu ainda não viste.
Vi no seu olhar a importância do que me estava a dizer e soube logo que era isso que eu ia fazer. Naturalmente. Sem pena, sem o peso da obrigação. Que bom que ele me queira mostrar o que aprendeu. Isso era tudo o que eu queria fazer.
Sempre ouvi falar nas cedências e prioridades da maternidade e sempre as encarei como sacrifícios que se impõem. Há desses e bem difíceis por vezes, mas a maioria é natural e sem nenhum pesar.
Hoje não houve esqui para mim e isso, foi o melhor do meu dia.
(Espreite um bocadinho aqui)
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